Nesta série de postagens vamos conferir a trajetória do cinema em Rio Novo, uma pequena cidade do interior de Minas Gerais, a 50 minutos de Juiz de Fora.
O Início
O primeiro cinema de Rio Novo, surgiu em 1910 quando os irmãos Antonio e
Paschoal Cortez, montaram onde é hoje a rua Dr. Basílio Furtado, o “Pavilhão
Brasil”, coberto e cercado de lonas para exibição de filmes mudos – totalmente
sem som – que exigia a participação da orquestra da cidade.
Os cinemas da época se recomendavam não apenas por suas montagens e
instalações, mobiliário e decorações, seleções de filmes, mas também por uma
boa orquestra. A orquestra que se apresentava no cinema Íris durante a exibição
dos filmes conquistou meritória fama sob a regência do maestro José Joaquim da
Silva Ribeiro (Quinca Alda). Muitos viajantes permaneciam alguns dias na cidade
para ir ao Cine-Teatro Íris (como passou a ser denominada a empresa), não tanto
pelo filme que, afinal, já haviam até assistido no cinema de suas cidades mas,
sim, para ouvir a excelente orquestra de Rio Novo. A música realmente era considerada
como uma das mais nobres manifestações de educação e cultura.
No dia 11 de dezembro de 1930, o Cine Teatro Íris apresentou, pela primeira vez no
município, um filme em que o som já encontrava-se em sintonia com a imagem:
“Paris” – musical de 1929, do diretor Clarence G. Badger, estrelado pela cantora
e atriz da Broadway, Irene Bordoni.
Teria chegado, então, o fim das orquestras nos
cinemas? Não naquele momento, pois, na realidade, o Cinema Íris conseguiu
manter a apresentação de filmes sonorizados até 15 de junho de 1931. O elevado
custo dos aparelhos de som, que eram arrendados, e mesmo a deficiência do
sistema, impossibilitaram a continuação do cinema sonorizado. Assim, as
orquestras voltaram ao trabalho, até que em 20 de março de 1932, finalmente
foram inaugurados os novos aparelhos sonoros do estabelecimento.
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