
Foi realizado o Interlúdio das Noves Horas e apresentação dos trabalhos dos Irmãos Yuri Lanzoni e Emanuel Ayres.
Confira abaixo o texto elaborado e apresentado pelo Irmão Emanuel:
Nesta semana, a Ordem DeMolay
brasileira perdeu seu fundador. Nós perdemos o responsável por estarmos aqui
hoje reunidos dentro de uma Sala Capitular. A sociedade perdeu um homem que
carregava consigo os elevados preceitos do Amor Filial, da Reverência pelas
Coisas Sagradas, da Cortesia, do Companheirismo, da Fidelidade, da Pureza e do
Patriotismo. Tio Alberto Mansur deixou este plano, aos 90 anos de idade, após
ter ocupado o mais alto cargo da Ordem DeMolay e da Maçonaria brasileira,
certamente "honrado com a maior glória que um homem possa obter: ver o êxito e
bons frutos do trabalho ao qual se dedicou durante toda sua vida".
Ao mesmo tempo que sinto-me
honrado, meus irmãos, por ter sido o único membro deste Capítulo à conhecer
nosso Grande Mestre Fundador... também lamento esse fato, pois, na verdade,
gostaria que todos tivessem tido a oportunidade de ficar frente a frente com o
homem que é e, será sempre, uma inspiração a dezenas de milhares de jovens que
se assentam nessas fileiras.
Foi em 19 de novembro de 2011,
que ao participar do Congresso Estadual, na cidade de Campo Belo, durante a
abertura da assembléia que definiria os novos MC e GM do Estado de Minas
Gerias, anunciaram, para a minha surpresa, a entrada: – Todos de pé, e em silêncio! Convido a compor a mesa, o Grande Mestre
Fundador da Ordem Demolay no Brasil, Tio Alberto Mansur.
Os olhos de todos os presentes
acompanhavam o Mestre de Cerimônias a medida que se aproximava da entrada do
grande salão. Tomou pelo braço aquela figura aparentemente frágil e cansada e,
enquanto se dirigiam ao que seria o Oriente, pude presenciar a mais calorosa,
sincera e longa salva de palmas que já ouvi. Todos, sem exceção,
entusiasmavam-se com a presença do Tio Mansur. A assembléia decorreu-se e ele
foi o último a falar. Confesso que lembro-me apenas da 1ª e da última frase do
discurso. Lembro-me também, que sua fala exaltava e defendia o “verdadeiro e
único supremo conselho de nossa Ordem”. Começou com “Minha querida família da
Maçonaria...” (depois soube que todos os seus discursos começavam assim). E
terminou com um sonoro e empolgante “Viva o Supremo Conselho da Ordem DeMolay
para o Brasil!” A salva de palmas a qual me referi se repetiu só que, desta
vez, com intensidade ainda maior.
Ao final da assembléia, um amontoado
de Irmãos disputavam, no bom sentido, uma assinatura e uma fotografia com o Tio
Mansur. CID’s, Rituais, Camisas, Diplomas... tudo aquilo em que se podia
escrever era levado para que fosse assinado. Eu, até então, estava quieto, há
alguns metros deste movimento, conversando com Irmãos de Juiz de Fora e, ao
mesmo tempo, observando a atenção que o Tio Mansur tinha para com aqueles
jovens inquietos. Ele tinha prazer e estava feliz por ficar ali cercado e
atendendo aos pedidos.
Duas horas depois, sem exageros,
duas horas depois... quando já haviam providenciado uma mesa e cadeira para o
Tio autografar sentado, eu percebi que só haviam mais 3 DeMolays na fila e
pensei comigo... vou lá pra ele assinar
na minha CID. Foi quando olhei para o lado e encontrei uma folha A4 com o
timbrado do Congresso. Também pensei... poxa
vida, o Tio já deve estar muito cansado mas, vou tentar assim mesmo. Quando
me aproximei, pude sentir, emanando daquela figura que ainda aparentava
fragilidade, uma aura de humildade e paz.
Após o cumprimento, agachei-me ao
lado da mesa e perguntei com receio: Tio,
se não for pedir demais, o senhor poderia fazer uma dedicatória ao nosso
Capítulo. É novo, tem apenas 06 meses de existência.
Ele disse: Claro, qual é o nome? Rapidamente respondi: Culto ao Dever n° 689.
Que nome bonito – disse o Tio
– de onde é?
De Rio Novo, Tio Alberto. Rio Novo.
Agradeci com outro aperto de mão
e assim surgiu, esta dedicatória que aqui hoje está emoldurada, meus Irmãos...
dedicatória esta que, torna-se histórica. Na emoção do momento nem reparei que
o Tio Mattos, de Juiz de Fora, havia tirado esta foto, eternizando este
momento.
Todas as homenagens são poucas
para este homem. "Alguns vaidosos e invejosos tentaram diminuir o seu trabalho,
ou mesmo ignorá-lo. Mas ninguém pode rejeitar a verdade, que toda sua obra
realizada pode se juntar em paz e em par aos grandes da história." Temos a
certeza que, ao partir para o Oriente eterno, o Pai Celestial recebeu de braços
abertos, Tio Alberto Mansur – Grande Mestre Fundador da Ordem DeMolay
brasileira.
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